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HISTÓRICO DO CENTRO DE CIÊNCIAS E DO CURSO DE SÃO BERNARDO 2023

       O curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos Língua Portuguesa (LCSB) da UFMA é uma proposta de formação interdisciplinar de professores da área de Linguagens e Códigos (tendo a Língua Portuguesa como grande área e as áreas de Língua Espanhola, Língua Inglesa e Artes Visuais como integradoras, em uma perspectiva interdisciplinar) para atuarem como professores de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental (séries finais) e no Ensino Médio.

        Originalmente, o curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos, no campus de São Bernardo, foi criado pela Resolução Nº 138-CONSUN de 24 de maio de 2010. O Campus foi instituído pela Resolução Nº 139-CONSUN de 25 de maio de 2010, no âmbito da adesão da Universidade ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI).

       O acordo de adesão da Universidade ao REUNI, na gestão do Reitor, Prof. Dr. Natalino Salgado Filho, implicou na criação do campus e do curso, cuja ideia básica era expandir o raio de atuação e inserção da Universidade no âmbito do Estado do Maranhão, constituindo projetos inovadores de formação de professores com o objetivo de contribuir para a elevação da qualidade do ensino da Educação Básica.

        A Comissão de Trabalho que elaborou o projeto original, instituída pela Portaria Nº 140/2009-PROEN. O primeiro processo de reformulação do projeto, com vistas a sua consolidação, foi iniciado por uma Comissão de Organização Curricular instituída pela Portaria GR Nº 134- MR, em março de 2012 e complementada em agosto de 2012, por Comissão instituída pela Portaria GR Nº 394-MR em 2012.

     Esse projeto foi construído no âmbito dos seminários das licenciaturas interdisciplinares realizados pela Pró-Reitoria de Ensino nos campus de Codó (março/2012), Bacabal (maio/2012), São Luís (junho/2012), Imperatriz (agosto/2012) e Pinheiro (outubro/2012), refinado pelos trabalhos técnicos encetados no âmbito da Comissão de Reformulação dos Projetos político-pedagógicos, instituída pela Portaria GR 50-MR/2013; e Comissão de Organização Curricular/Subcomissão de Linguagens e Códigos, instituída pela Portaria GR 51-MR/2013. Assim, o projeto acima citado baseou-se numa matriz curricular disciplinar sem perder de vista a interdisciplinaridade, ampliando a área de atuação profissional do egresso para o Ensino Médio, adotando o regime acadêmico existente na Universidade e se constituindo em uma formação interdisciplinar conexa a uma formação específica, fortalecendo o perfil profissional do egresso do curso.

         Em paralelo, foram desenvolvidos trabalhos no âmbito da Comissão de Estágio, instituída pela Portaria GR Nº 135-MR em 2012; e no âmbito da Comissão de Registro Acadêmico, instituída pela Portaria GR Nº 133-MR em 2012.

         O segundo processo de reformulação teve seu início no ano de 2016, a partir do mês de abril, balizado pelo Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de CLLCLP, composto pelos professores Bergson Pereira Utta, Claudia Leticia Gonçalves Moraes, Eliane Pereira dos Santos, Maira Teresa Gonçalves Rocha e Edmilson Moreira Rodrigues, como a colaboração dos professores Maria Francisca da Silva e Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho, segundo Ordens de Serviço nº 011/2014 e 024/2016 e ainda contribuindo com os trabalhos desta comissão as professoras Ana Stela de Almeida Cunha e Janine Alessandra Perini.

        Passados seis anos de existência do Curso, e da experiência entre professores e discentes, viu-se a necessidade de reformulá-lo, o que culminou na segunda proposta. Inicialmente, este curso se baseava na matriz por competências, restringindo a área de atuação profissional do egresso às séries finais do Ensino Fundamental, e previa uma segunda licenciatura e a criação de um regime acadêmico próprio, em paralelo ao vigente para os demais cursos da Universidade. Na reformulação proposta em 2012, esta matriz foi reelaborada, ponderando os seguintes aspectos: a matriz de competências criava grandes dificuldades para sua efetivação, tendo em vista não haver conteúdo ou componente curricular, apenas indicativo de competências e temas, bem como uma sistemática de avaliação que não previa aprovação/reprovação; a previsão de segunda licenciatura existe apenas em caráter emergencial, nos termos da Resolução CNE/CP Nº 1, de 11 de fevereiro de 2009; que institui um regime acadêmico específico acresceria em complexidade os procedimentos de matrícula, trancamento, avaliação e outras situações acadêmicas destes estudantes.

           No âmbito do já historicizado, é importante destacar que havia uma área de atuação também em música para que os alunos pudessem atuar no Ensino Fundamental – séries finais, o que não mais faz parte desta nova matriz, pois o curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos/Música tem seu próprio projeto e passa a licenciar alunos na referida área. Nesta nova conjuntura, as áreas de Língua Inglesa, Língua Espanhola e Artes Visuais se tornam integradoras, deixando de ser habilitação e os egressos do curso não mais irão atuar como professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, tendo consolidada apenas a habilitação para o Ensino Fundamental (séries finais) e Médio em Língua Portuguesa.

             Versando sobre os conceitos e aplicações da interdisciplinaridade, existe uma clara tendência por parte das diretrizes e orientações nacionais formuladas pelo Ministério da Educação (MEC) e Conselho Nacional de Educação (CNE) no sentido de destacarem sua importância no âmbito da educação básica, o qual deve ser levado em apreço nos cursos de formação de professores. Se considerarmos a complexidade dos problemas que se apresentam na realidade contemporânea, o trabalho interdisciplinar se torna cada vez mais indispensável na identificação de encaminhamentos e soluções viáveis a esses problemas complexos.

           A mesma preocupação com a relevância da interdisciplinaridade é observada na Pós-Graduação, com inúmeros programas de mestrado e doutorado interdisciplinares, os quais primam pelo diálogo entre os campos das ciências humanas e das ciências naturais com vistas ao enfrentamento de problemas complexos que exigem um olhar interdisciplinar para sua compreensão. O campus de São Bernardo, atualmente, tem uma proposta de Mestrado: o Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Sociais, Conexões Artísticas e Saberes Locais, fortalecendo desse modo,  a convicção sobre a importância da interdisciplinaridade nos Cursos do Centro, e ampliando a formação Interdisciplinar na formação do Professor de Língua Portuguesa e de pesquisadores, de modo geral. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em seu novo formato institucional que contemplou a Educação Básica, tem estimulado seminários e encontros acadêmicos internacionais sobre a interdisciplinaridade e a formação docente, com vistas a subsidiar a melhoria da qualidade dos cursos oferecidos no Brasil.

               Observamos ainda que de um lado, as licenciaturas interdisciplinares estão em processo de expansão e consolidação em inúmeras instituições públicas de ensino superior, constituindo atualmente uma nova perspectiva para a formação de professores da Educação Básica, tanto que muitas universidades federais estão oferecendo cursos de licenciaturas nessa nova arquitetura curricular. Com essa expansão, observa-se o quanto esta proposta apresentou-se como inovadora para a formação de professores da Educação Básica que tem como centralidade o diálogo entre as diferentes áreas de conhecimento.

            Atento a esse cenário nacional favorável aos cursos de licenciatura interdisciplinar, o Ministério da Educação criou uma comissão para elaborar os referenciais orientadores das licenciaturas interdisciplinares, com vistas à regulação pelo Conselho Nacional de Educação. Essa regulação já existe para os bacharelados interdisciplinares e agora contempla as licenciaturas interdisciplinares. Nos documentos normativos que versam sobre as novas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica (Resolução CNE/CEB n° 04/2010 ‐ DCNEB, Parecer CNE/CEB nº 07/2010) e para o Ensino Médio (Resolução CNE/CEB n° 02/2012 – DCNEM e, o Parecer CNE/CEB nº 05/2011) observa-se claramente um novo panorama para a Educação Nacional, preconizando a necessidade de um ensino interdisciplinar, conforme podemos observar, nas DCNEM, conforme observa-se na citação abaixo:

Art. 8º O currículo é organizado em áreas de conhecimento, a saber:

I ‐ Linguagens;

II ‐ Matemática;

III ‐ Ciências da Natureza;

IV ‐ Ciências Humanas.

  • 1º O currículo deve contemplar as quatro áreas do conhecimento, com tratamento metodológico que evidencie a contextualização e a interdisciplinaridade ou outras formas de interação e articulação entre diferentes campos de saberes específicos (BRASIL, 2012, p. 2-3).

           A Universidade Federal do Maranhão, na gestão da Reitora Profª. Drª. Nair Portela, conforme disposto no âmbito do Plano de Desenvolvimento Institucional para o período 2012-2016, tem como um dos seus principais objetivos a oferta de formação de professores da Educação Básica com qualidade social que possa atender as demandas regionais e locais em tempo hábil, contribuindo para a inserção relevante da Universidade no âmbito da sociedade que a sustenta e a desafia com seus problemas de diversas ordens.

               As reflexões que culminaram com a segunda atualização do Projeto Pedagógico do Curso Interdisciplinar de Linguagens e Códigos Língua Portuguesa teve como motivação, principalmente, três subtemas, quais sejam: o caráter interdisciplinar do curso; uma carga horária muita extensa (3680 horas), inviabilizando a conclusão das disciplinas em apenas oito semestres letivos e a deficitária formação das quatro áreas (Artes Visuais, Música, Inglês, Espanhol e Português), que dava pouca segurança aos discentes em sua preparação para a carreira docente pois, tendo que concorrer com outros graduados nas mesmas áreas (específicas/disciplinar) encontravam-se em desvantagem, devido ao número reduzido de disciplinas que pudessem garantir maior aprendizado na área de sua Habilitação – Língua Portuguesa , fosse para o Ensino Fundamental ou Médio. Tais situações culminaram na dificuldade de inserção dos licenciandos em concurso públicos, daí a necessidade de fortalecer as áreas específicas e aumentar as chances no mercado de trabalho.

               Diante disso, desde 2016, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos (CLLCLP), comissão responsável pela reformulação do Projeto Pedagógico do Curso (PPC), sua implementação e desenvolvimento, refletiu sobre a necessidade de uma mudança na matriz curricular e no perfil do egresso, ainda levando em consideração uma real perspectiva interdisciplinar.

               No tocante à carga horária, a reformulação do PPC se deu fundamentada na publicação e cumprimento da Resolução CNE/CP Nº 2 de 1º de Julho de 2015, que definia as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada no país. As mudanças, nesse sentido, concentram-se em medidas relativas à adequação às novas cargas horárias mínimas para as atividades formativas (2.200 horas) e para a prática como componente curricular (400 horas), bem como, por consequência, à carga horária mínima total do curso (3.200 horas). Respondendo, ainda, à mesma demanda criada pela citada resolução, o novo projeto buscava deixar mais clara a inserção da prática como componente curricular (doravante, PCC) e suas especificidades na matriz e na estrutura curricular, adequando este núcleo à característica interdisciplinar do curso, bem como inserir no currículo e atividades, definitivamente, os conteúdos e ferramentas de ensino-aprendizagem relativos à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

                Para tanto, o NDE procedeu com alterações, o que acreditamos que favoreceu expressivamente a formação dos alunos do CLLCLP – Centro de Ciências de São Bernardo, a fim de atuarem como professores na área de língua portuguesa. A carga horária total do curso conta com 3390 horas em sua matriz curricular; a formação nas áreas de Inglês, Espanhol, Artes Visuais e Música, que antes permitia aos graduados ensinar no Ensino Fundamental, agora são integradoras para a formação na área de Língua Portuguesa tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. 

               A carga horária das disciplinas específicas do curso, que dá aos alunos licença para ensinar a Língua Portuguesa, que antes era de 780 horas, teve um acréscimo de mais 335 horas, totalizando, pois, 1115 horas;  as áreas de Língua Inglesa, Língua Espanhola e Artes Visuais, que antes eram trabalhadas de forma disciplinar e focadas em seu ensino específico, passam a ter um real foco interdisciplinar, sempre colaborando com a formação do discente para a área de Língua Portuguesa.

             A carga horária ministrada pelos professores das áreas de Língua Inglesa, Língua Espanhola e Artes Visuais não ficou comprometida, pois apesar de terem permanecido apenas três disciplinas em cada área no CLLCLP, o curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos/Música e o curso de Turismo têm na sua matriz curricular, cada um, uma disciplina de Inglês Instrumental e Espanhol Instrumental, assim como o curso de Humanas que solicita disciplinas de Inglês Instrumental. Evidencia-se ainda que o curso de Música possui duas disciplinas da área de Artes Visuais, e no curso de Turismo, mais uma. Dessa forma, a distribuição das disciplinas dessas áreas fica assim organizada: Inglês (6 disciplinas), Espanhol (6 disciplinas) e Artes Visuais (6 disciplinas), nos cursos supracitados do campus de São Bernardo, sem prejuízo algum para os professores lotados no CLLCLP.

             As alterações relativas à diminuição da carga horária total, e a formação em uma única habilitação – Língua Portuguesa , deixando as demais áreas como integradoras para o fortalecimento interdisciplinar da formação docente, são vistas como positivas, uma vez que permitiu a conclusão do curso em apenas oito períodos; fortaleceu a área de habilitação, abrindo espaço para a inserção de componentes curriculares indispensáveis para formação de um professor de Língua Portuguesa.  Apesar das mudanças, o curso continuou tendo um viés interdisciplinar, o que faz um grande diferencial no perfil do egresso do Curso Interdisciplinar de Linguagens e Códigos Língua Portuguesa.

               Esta Licenciatura é ofertada regularmente, com uma entrada anual de 40 vagas até o Sisu de 2023 e de  50 vagas, em 2024, em São Bernardo/MA. O município, situado na região do Baixo Parnaíba[1], foi criado pela Lei Estadual Nº 875, de 15 de julho de 1935, após inúmeras incorporações e desmembramentos. Tem uma área de 1.005,824 km², com uma população de 28.825 habitantes (IBGE, 2021). O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,572 (2010) e o Produto Interno Bruto (PIB) é de R$ 124.255,00 (2020), com PIB per capita de R$ 9.083,47 (2020). A principal atividade econômica é o comércio e serviços, seguida pela agricultura e uma incipiente produção industrial.

Mapa 01: Localização do Território do Baixo Parnaíba em relação  ao Maranhão

             O cenário educacional de São Bernardo, conforme dados do último Censo Escolar, aponta para uma rede com razoável qualificação do corpo docente (70%) com formação em nível superior, porém com um nível insuficiente de aprendizado dos alunos, conforme dados da Prova Brasil de 2021, somente 3,25 % dos alunos aprendem o que deveriam quanto à língua portuguesa e à matemática, aqui destacamos a realidade anterior e posterior a pós - pandemia. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2021 é de 4,8 nas séries iniciais do Ensino Fundamental e de 4,2 nas séries finais do Ensino Fundamental, demonstra que houve avanços, considerando dados anteriores, mas ainda precisa melhorar os índices pois estão abaixo da média nacional e estadual.

            Seguimos com considerações sobre a terceira atualização do Projeto Político Pedagógico do curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos Língua Portuguesa, que teve início em 2019, mas se intensificou a partir de abril de 2022. A nova atualização surgiu em decorrência de vários fatores, dentre eles, em destaque, a Curricularização da Extensão, a fim de atender a resolução RESOLUÇÃO Nº 2.503-CONSEPE, 1º de abril de 2022, que em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024, regulamenta a inserção da Extensão nos currículos no âmbito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tornando as atividades de Extensão obrigatórias nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação, que deverão cumprir uma carga horária mínima de 10% (dez por cento) da carga horária total do curso. Cabe ao Núcleo Docente Estruturante (NDE) encaminhar as adequações da presente atualização do Projeto Pedagógico e apresentá-las ao colegiado do Curso para apreciação, discussão e aprovação. O Núcleo Docente Estruturante (NDE) é composto pelos professores Maria Francisca da Silva, Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho, Eliane Pereira dos Santos, Edmilson Moreira Rodrigues, Fabrício Tavares de Moraes e Theciana Silva Silveira, e é paralelo à organização da curricularização. Também tivemos a participação em uma segunda Ordem de Serviço/Portaria nº 465/2023/FUMA/OEA/CCSB/UFMA do Núcleo Docente Estruturante os professores Rayron Lennon Costa Sousa, Claudia Leticia Moraes Gonçalves, José Marcelo Costa dos Santos, Janine Alessandra Perini, Maria Francisca da Silva, Eliane Pereira dos Santos, Edmilson Moreira Rodrigues, Fabrício Tavares de Moraes e Alex Alves Egido.

             Outro documento norteador, da presente atualização do Projeto Pedagógico do Curso, é a  RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica, instituindo a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Essa adequação exigiu do NDE e de todo o corpo docente do Curso uma reestruturação da organização curricular a fim de atender à BNC-Formação, que busca uma maior aproximação com a BNCC - Educação Básica, conforme ressalta a RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019. 

            O desafio posto à Universidade Centro de Ciências São Bernardo e ao curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos Língua Portuguesa, no que se refere a essa nova atualização do PPC, é oferecer uma formação que possibilite aos egressos contribuir para a aprendizagem dos alunos da Educação Básica, melhorando a qualidade do ensino oferecido pela rede pública. Para tanto, temos como meta principal, garantir aos licenciandos o desenvolvimento das habilidades gerais e específicas descritas nas DCNs (2019), em anexo (BNC-Formação), bem como o fortalecimento dos três pilares do Ensino Superior, enquanto base do conhecimento acadêmico: Ensino, Pesquisa e Extensão. Isso possibilitará a formação de um docente que reconhece o contexto escolar da Educação Básica como laboratório de pesquisa; que reconhece a importância da aproximação entre o que se aprende na Universidade e o que se ensina na Escola, tendo em vista a formação de um ser integral, como explicitado pela Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. A necessidade de autoavaliar a implementação do currículo sinalizou a possibilidade de readequação tanto das ementas, com base nas novas aquisições da biblioteca, como a adequação às necessidades formativas dos licenciandos. Outro ponto em destaque foi ao se avaliar a execução do currículo anterior; percebeu-se a necessidade de  alterar disciplinas de períodos, considerando o rendimento de aprendizagem dos licenciandos no aspecto teórico e o processo de consolidação da formação acadêmica no desenvolvimento do curso.

        A formação docente pressupõe o desenvolvimento, pelo licenciando, das competências gerais previstas na BNCC-Educação Básica, bem como das aprendizagens essenciais a serem garantidas aos estudantes, quanto aos aspectos intelectual, físico, cultural, social e emocional de sua formação, tendo como perspectiva o desenvolvimento pleno das pessoas, visando à Educação Integral. (BNCC, Art. 2, p. 2)

          Isso deve acontecer a partir de uma formação de professores que implica questões de múltiplas naturezas com enfoques políticos, epistemológicos, culturais e profissionais, constituindo‐se assim um processo multifacetado para a formação de professores pelas licenciaturas interdisciplinares, mais especificamente, no contexto da licenciatura em Linguagens e Códigos Língua Portuguesa, pode contribuir para uma mudança paradigmática nesta área, rompendo com limites disciplinares historicamente instituídos.

          O Curso de LLCLP constitui-se de 12 (doze) turmas desde sua formação em 2010, denominada 2010.2, e assim por seguinte. Nesse percurso formativo já formamos 8 (oito) das turmas existentes, com um total de 11(onze) licenciandos no PPC de Linguagens e Códigos/2010, 47 (quarenta e sete) no PPC de dupla habilitação/2012, e 129 (cento e vinte e nove) no currículo atual do PPC/2017 de formação em Língua Portuguesa, totalizando 187 (cento e oitenta e sete) formados/egressos pelo curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos Língua Portuguesa.Tal resultado sinaliza em torno de 60% das vagas ofertadas nas turmas e concluídas com sucesso.

        O Projeto do Curso atende a normativa RESOLUÇÃO CNE/CES 18, DE 13 DE MARÇO DE 2002, que estabelece diretrizes específicas para os Cursos de Letras, núcleo formativo específico da formação interdisciplinar de Linguagens e Códigos Língua Portuguesa.

       Nesta reformulação, acrescentamos discussões através de disciplinas optativas para ampliar o escopo formativo dos licenciandos e as possibilidades formativas e de atuação profissional, tais demandas advindas de escutas dos licenciandos e discussões em reuniões de NDE e Colegiado de Curso:

          A disciplina optativa "LÍNGUA PORTUGUESA PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS: NOÇÕES BÁSICAS E CRÍTICAS", que toma a língua portuguesa como língua não materna, é justificada pelo crescente campo de atuação profissional, nacional e internacional, possível para licenciados. Atrelado à atuação profissional, ressalta-se a intensificação dos fluxos migratórios ao redor do globo, em que o trânsito de línguas, dentre elas a portuguesa, é irreversível. Desse modo, essa disciplina visa contribuir com a formação do professor de língua portuguesa, que deseje atuar em contextos em que ela não é tomada como materna.

          A disciplina optativa “LETRAMENTO DIGITAL E ENSINO: práticas de leitura e produção de textos digitais” atende a uma necessidade social, que é pensar novas estratégias de leitura e produção textual coerentes com as características hipertextuais, multissemióticas e interativas, relativas às práticas linguageiras da mídia digital. Diante disso, ressalta-se a importância da disciplina para fortalecer a formação docente dos licenciandos no ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica, atendendo a essa realidade decorrente do avanço das Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs).

              A disciplina optativa "MORFOSSINTAXE E ENSINO" proporciona uma reflexão sobre as estruturas morfossintáticas da língua em sua dimensão estrutural e contextual, justifica-se pela necessidade de fortalecimento da formação docente dos licenciandos, no tocante ao ensino da gramática normativa e funcional, na Educação Básica. Assim, a disciplina contribuirá para a atuação do licenciando em atividades práticas, como o Estágio Curricular Obrigatório, bem como, para sua futura ação profissional.

            A disciplina optativa "LÍNGUA INGLESA PARA FINS ESPECÍFICOS" justifica-se pela possibilidade profissional dos licenciandos atuarem em atividades relacionadas à língua inglesa para fins específicos. Ela se estende a graduandos de quaisquer cursos de formação inicial, tendo em vista que a seleção de material para análise será por campo do conhecimento, a partir do interesse dos alunos inscritos na disciplina, o intuito é atender as demandas dos demais cursos do Centro de Ciências de São Bernardo.

             A disciplina de “HISTÓRIA DA ARTE CONTEMPORÂNEA” justifica-se pela necessidade de ampliar o escopo formativo dos licenciandos. O estudo da História da arte contemporânea nos permite conhecer o mundo ao nosso redor, fazermos uma leitura crítica da nossa própria realidade. A arte contemporânea representa o homem e sua história, refletindo o contexto social em que ele está inserido. Considerando o estudo da arte dentro da complexidade do fenômeno histórico, reiteramos a importância de seu valor histórico, político, artístico, social, cultural, educacional e estético, podendo por meio da obra de arte, discutir questões atuais, aspectos e transformações políticas e sociais de nossa época. Dessa forma, essa disciplina relaciona arte e vida, permitindo a interdisciplinaridade dentro do curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos Língua Portuguesa, por meio das disciplinas Educação e Meio Ambiente e Educação e Direitos Humanos. 

                A disciplina optativa "LÍNGUA ESPANHOLA PARA FINS ESPECÍFICOS" justifica-se pela possibilidade profissional dos licenciandos atuarem em atividades relacionadas à língua espanhola para fins específicos. Ela se estende a graduandos de quaisquer cursos de formação inicial, tendo em vista que a seleção de material para análise será por campo do conhecimento, a partir do interesse dos alunos inscritos na disciplina, o intuito é atender as demandas dos demais cursos do Centro de Ciências de São Bernardo.

          As disciplinas optativas “GESTÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO  NA ESCOLA  E A DISCIPLINA  PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM LÍNGUA MATERNA” justificam-se pela necessidade de reforçar a formação da área de formação específica de ensino de Língua Portuguesa e na atuação em Gestão no contexto da Educação Básica ( situação de alguns egressos que assumem função de gestão municipal em escola e na Secretaria de Educação), apoiando as disciplinas já constantes como obrigatórias no currículo, de modo a fomentar a formação de professores para atuação na Educação Básica, bem como potencializar possíveis pesquisas discentes e de egressos em nível de  Pós-Graduação.

         A proposta da disciplina eletiva  “LITERATURA PORTUGUESA II” justifica-se pela necessidade de maior carga horária para uma exploração mais detida da tradição literária portuguesa. A disciplina eletiva visa a uma suplementação da formação literária e crítica dos discentes, possibilitando-lhes o acesso às novas formas e estilos literários que surgiram no meio cultural português nos dois últimos séculos.

        A proposta da disciplina eletiva “TÓPICOS EM LITERATURA E CULTURA: LITERATURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS” se coloca na medida em que identifica-se uma necessidade de discussão mais ampla e complexa acerca das literatura produzidas em contexto africano e na sua diáspora, considerando principalmente uma formação literária mais robusta no que diz respeito às produções negras, bem como condizente com a aplicação dos dispositivos legais que regem o ensino de história e literatura africana, afro-brasileira e indígena interpostos nas leis 10.639/03 e 11.645/08 da LDB brasileira. Assim, pretende-se reforçar a formação dos discentes com amplo repertório sócio-cultural dos contextos em questão, com relevância em seus principais autores e obras.

          Outra mudança significativa, foi o fortalecimento da interdisciplinaridade entre  as Licenciaturas Interdisciplinares do Centro de Ciências de São Bernardo, com a inserção de disciplinas eletivas dos Cursos de Ciências Humanas e Linguagens e Códigos/Música para que os licenciandos possam reforçar sua formação pessoal e profissional com disciplinas de interesse.

 

[1] O Território Baixo Parnaíba - MA abrange uma área de 19.178,80 Km² e é composto por 16 municípios: Água Doce do Maranhão, Anapurus, Araioses, Belágua, Brejo, Buriti, Chapadinha, Magalhães de Almeida, Milagres do Maranhão, Santa Quitéria do Maranhão, Santana do Maranhão, São Benedito do Rio Preto, São Bernardo, Tutóia, Urbano Santos e Mata Roma.

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